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Corpo_CASA

Oficina Fleshion | Foto: Roberto Assem

“Não temos um corpo; somos um.”

Alauriê Porfírio, estudante de Dança.

 

Alauriê, Yohana e Júlia

Você habita seu corpo

Fato, você está aí desde que chegou.

Estranhando e reconhecendo o calor, o perfume, o barulho, o salgado e a luz.

Seu corpo sente desde você, saca? Ele conta sua história e forma um acervo único.

Fosse mesmo possível sair de si, seu corpo seria o lugar para qual retornaria. Depois do alvoroço causado pelo cortisol e pela adrenalina, as coisas se assentam e as células se acertam, provocando novamente o conforto do reconhecimento. Neste sentido, todos temos uma casa e, não se engane, isso não nos garante um lar.

Tatiane não se sentia em casa. As lágrimas engasgaram nos olhos, evitando que criassem caminhos quando nos contou que precisou realizar uma cirurgia bariátrica e enfrentar todos os desdobramentos disso para se sentir abrigada em si.

Tatiane Barbosa

Na Dança Contemporânea não existe padrão de corpo. Diante de sua potencialidade, ele é respeitado e exaltado quando térreo ou com dois andares; se chalé, oca ou iglu; se coberto por mármore, ouro, concreto, barro ou palafita. Não precisamos nos preocupar com a grama do vizinho, pois sobra espaço para acolhimento, identidade e a diversidade. Daí a gente fica pensando, né?

Separamos tudo em caixas, tendo que escolher e determinar uma forma ideal de viver ao passo que excluímos tantas outras. Normal pensarmos que e a vida e a dança contemporânea precisam seguir uma música pré-estabelecida, até que a gente descobre que nem precisa de música para poder dançar e que, dentro de nossas possibilidades corporais, tantas outras existem.

Para além do que define a mídia publicitária e alguns acordos sociais, a consciência corporal é individual. Cada um sabe bem onde lhe aperta o calo, o colo, o bolso, um parafuso a mais, outros a menos… Cada casa com seus móveis e nem sempre nos mesmos lugares, tudo certo assim.

Outro certo assim: esse corpo/casa é lugar de resistência. Lygia Clark e os 3 porquinhos já diziam isso.

Isabela Imasato

Fábio Cypriano

João Paulo

Resistir é preciso

Bem como preparar essa estrutura que João Paulo diz para que possamos receber o que vier. No caso dele, criar e vender sua arte feita de latinhas de alumínio, na rua, sem preço fixo, podendo você pagar o que puder ou quiser.

Para muito além de privilégios particulares, convém aceitar que somos repletos de limitações individuais. Nem todo mundo sabe varrer a casa ou alimentá-la para além do gosto, por exemplo. Nem todos reconhecem seus corpos, suas necessidades, tão pouco suas possibilidades.

Tranquilo. Saber de tudo, além de impossível, é um porre.

Vanda Rocha

Amícia Peliciari

Nesta casa, onde Lucidez e Embriaguez vivem trocando de roupa uma com a outra, formamos um acervo de experiências coletadas pessoalmente ou coletivamente. Para mantê-lo é preciso espaço, manutenção e certa dose de desprendimento.

Além disso, é bom beber água, seguir feito ela, batendo na pedra até que fure ou mova moinhos. Por vezes, mergulhar de cabeça e ahh… não cuspir para cima, nem dizer dessa nunca beberei. Enfim, hidrate-se e tente lavar a louça antes de dormir.

Jaqueline Elesbão

Renan Marcondes

Os cômodos desse corpo_casa formam sua habitação e sim, devem proteger, acolher, confortar, mas também incomodar. O amigo arquiteto de Neto te explica:

Neto Machado

Continua… Meio de Transporte

Texto de Claudio Eduardo, editor web do Sesc Bertioga.

Baixe o Guia de bolso e aproveite!